A seca histórica do Rio Negro é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo El Niño e o aquecimento do Atlântico Norte. No entanto, a seca extrema também tem efeitos colaterais graves, como a falta de água potável em comunidades isoladas, acúmulo de lixo doméstico e detritos nas margens do Rio Negro e afluentes, além de incêndios florestais em todo o estado.
Seca histórica do Rio Negro
O Rio Negro atingiu nesta segunda-feira, 16, o mais baixo nível já registrado em Manaus, a capital do Amazonas. O índice medido às 5h40 apontou cota de 13,59 metros, superando em quatro centímetros a maior seca histórica anterior, registrada em 2010, de 13,63 metros.
Problemas causados pela vazante
A seca extrema afetou quatro municípios na calha do rio, deixando comunidades isoladas e sem água potável. Com a descida das águas, as margens do Rio Negro e os igarapés acumulam toneladas de lixo doméstico, além de detritos e peixes mortos. A baixa drástica do Negro afetou também os afluentes, deixando comunidades isoladas em 38 municípios.
Estiagem potencializa queimadas
A estiagem potencializa outros problemas no Amazonas, como os incêndios florestais. Em todo o Estado, já são 50 municípios em emergência e 10 em alerta. Ao menos 112 mil famílias – um total de 451 mil pessoas – já foram afetadas pela seca de rios ou por grandes queimadas. Desde 1º de janeiro, até o último dia 13, foram registrados 17,6 mil focos de incêndios no estado.
Governo anuncia verba
O governo federal anunciou nesta segunda-feira, 16, a liberação de R$ 324,3 milhões para ações de saúde, defesa civil e moradia aos afetados pela seca no Estado do Amazonas. O Ministério da Saúde destinará R$ 224,3 milhões para as prefeituras, dos quais R$ 102,3 milhões terão liberação imediata. Os outros R$ 100 milhões serão destinados aos municípios afetados pela seca que possuem comunidades em áreas de risco.